IT Welcome to Derry: O ciclo do medo fecha-se e Pennywise revela a sua verdadeira face
O episódio final de IT Welcome to Derry aprofunda Pennywise, liga-se aos filmes e revela sacrifícios, teorias sobre o tempo e o ciclo eterno de Derry.
ANÁLISESSÉRIES
Racnela
12/14/20255 min ler


IT Welcome to Derry Episódio 8: O ciclo do medo fecha-se e Pennywise revela a sua verdadeira face
O episódio 8 de IT: Welcome to Derry encerra a primeira temporada com um peso narrativo raro. Não é apenas um final de temporada, mas uma peça fundamental na mitologia criada por Stephen King. A série aprofunda a natureza de Pennywise, confirma ligações diretas aos filmes IT – A Coisa e IT: Capítulo Dois e expande conceitos centrais como tempo, memória e trauma que sempre definiram Derry.
Aqui, o mal deixa de ser apenas um monstro. Torna-se um sistema.
O confronto final em Derry
O episódio culmina num confronto direto entre o núcleo jovem formado por Margie, Lily, Ronnie e Will e a entidade que domina Derry há gerações. Pennywise abandona definitivamente a subtileza e usa o auditório da escola como armadilha, sequestrando crianças em massa.
A lógica é cruel e explícita. Para Pennywise, o medo infantil é combustível premium. Agora livre de restrições, o seu objetivo deixa de ser apenas alimentar-se em silêncio. O plano passa por expandir o terror para fora de Derry e transformar o medo numa arma coletiva.
Para o enfrentar, o grupo recorre a um ritual antigo envolvendo a adaga cerimonial, um artefacto que funciona simultaneamente como arma, âncora e veneno psicológico. O ritual não pretende destruir Pennywise, algo que a série deixa claro ser impossível. O objetivo é apenas re-encarcerar a entidade, repetindo um ciclo que atravessa gerações.
A adaga e o preço de enfrentar Pennywise
A adaga protege contra Pennywise, mas cobra um preço elevado. Lily é quem mais sofre os seus efeitos. À medida que se afasta de Derry, o artefacto começa a poluir-lhe a mente, gerando paranoia, impulsos violentos e perda de controlo emocional.
A série sugere que a adaga está ligada aos pilares que mantêm Pennywise preso e que tenta puxar quem a transporta de volta ao ponto de origem. Quanto mais longe de Derry, maior a pressão mental.
Quando Margie assume a adaga e esta começa a brilhar, o aviso é claro. Pennywise está perto. E está atento.
Os adultos entram no jogo e o brilho de Hallorann
Enquanto as crianças enfrentam o horror, os adultos finalmente compreendem a dimensão do que está a acontecer. Rose, Leroy, Charlotte Hanlon, Hank Grogan e Dick Hallorann juntam as peças e percebem que Derry não pode continuar a fingir normalidade.
É revelado que Hallorann possui capacidades psíquicas semelhantes ao brilho, permitindo-lhe rastrear a adaga e navegar a dimensão de Pennywise sem perder a sanidade. Rose prepara um chá ritualístico para silenciar as vozes e organizar a mente, permitindo que Hallorann funcione como guia.
Aqui, a ligação a The Shining deixa de ser apenas sugestão. Torna-se confirmação. Hallorann menciona que seguirá para trabalhar “num hotel” noutro local, uma referência clara ao Overlook Hotel, confirmando que os universos partilham a mesma mitologia.
Rich Santos: O sacrifício, o regresso e o desafio final a Pennywise
O arco de Rich Santos é um dos mais emocionais de toda a temporada. Rich morre no episódio 7 ao salvar Margie, consciente de que não vai sobreviver. Não é vencido pelo medo. Escolhe agir.
No episódio 8, Rich regressa como presença espiritual, um eco que surge quando o grupo está prestes a ceder. A série deixa claro que este regresso não é imaginação nem alucinação coletiva. Em Derry, quem morre sem medo não desaparece completamente.
Durante o ritual da adaga, quando Pennywise tenta quebrar o grupo através do terror, Rich surge ao lado dos amigos e mostra o dedo do meio ao próprio Pennywise. O gesto é simples, mas devastador. Não é provocação infantil. É desprezo absoluto.
Pennywise vive do medo. Rich recusa dar-lhe isso, mesmo depois da morte.
Ao ajudar os amigos a manterem o controlo da adaga no deadwood pine, Rich torna-se parte ativa da vitória. Mais tarde, Dick Hallorann conforta os pais de Rich, afirmando que o toque que sentiram no ombro era dele.
Rich não foi derrotado. Rich escolheu ser um herói!
A grande revelação Margie Tozier
O momento mais chocante do episódio surge quando Pennywise chama Margie pelo seu nome completo: Margaret Tozier.
A revelação é clara. Margie irá crescer, casar e tornar-se mãe de Richie Tozier, futuro membro do Clube dos Perdedores. Para Pennywise, passado, presente e futuro coexistem. Matar Margie ali seria apagar Richie antes mesmo de nascer.
A série sugere ainda uma camada emocional mais profunda. Tudo indica que Margie terá dado o nome Richie ao filho como homenagem a Rich Santos, o amigo que lhe salvou a vida. Rich morre para que Margie viva. Richie nasce porque Margie sobrevive.
Onde Pennywise tenta apagar linhagens, Margie cria memória.
Quem morre e quem sobrevive
Mortes confirmadas
Taniel
General Shaw
Rich Santos
Pennywise (para já!)
Sobreviventes
Margie
Lily
Ronnie
Will
Leroy
Charlotte Hanlon
Hank Grogan
Rose
Dick Hallorann
A vitória existe, mas é incompleta.
A cena pós créditos e o peso do tempo
A cena pós créditos leva-nos a 1988, ao hospital psiquiátrico Juniper Hill. Ingrid Kersh, profundamente marcada pelos acontecimentos de Derry, aproxima-se de um quarto, onde estão vários médicos e enfermeiros. No meio deles, uma jovem Beverly Marsh no momento que presencia a morte da sua mãe.
É então que Ingrid diz a frase que ecoa por todo o universo IT:
“Ninguém que morre em Derry morre de verdade.”
Esta é exatamente a mesma frase que Ingrid repetirá décadas mais tarde em IT: Capítulo Dois, confirmando de forma inequívoca a ligação direta entre a série e os filmes.
A frase funciona como chave temática de toda a série. Em Derry, a morte não é um fim. É continuidade. É memória. É presença. Personagens como Rich Santos provam que aqueles que não são vencidos pelo medo permanecem, mesmo depois de morrer.
Beverly não está ali por acaso. Este encontro marca o início do ciclo que culminará na formação do Clube dos Perdedores.
Teorias e leituras finais
Pennywise percebe o tempo de forma não linear e joga xadrez com genealogias.
Derry funciona como um mecanismo que apaga memórias e normaliza o horror.
Nem toda a morte alimenta o monstro.
A memória é uma forma de resistência.
A leitura temática aproxima IT de The Mist, onde o verdadeiro terror nasce quando a comunidade aceita o absurdo como normal.
A ligação a The Shining confirma que o mal no universo de Stephen King assume várias formas, mas segue regras semelhantes.
Conclusão: Uma vitória que nunca é limpa
O episódio final deixa claro que derrotar Pennywise nunca significa vencê-lo. Significa apenas ganhar tempo.
A confirmação de que a 2.ª temporada será ambientada 27 anos antes dos acontecimentos da primeira reforça a ideia de que, para Pennywise, o tempo é apenas uma sugestão. O passado, o presente e o futuro coexistem.
O mal foi contido, mas não foi curado. Pennywise está preso. Derry continua doente.
E, enquanto o tempo não significar o mesmo para a Coisa que significa para os humanos, o ciclo continuará.
Porque em Derry, a vitória nunca é limpa. E nunca se esqueçam... You’ll float too!
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